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A Alma por baixo do eu

Ser ninguém além de originalmente você mesmo - num mundo que faz o seu melhor, noite e dia, para torná-lo outra pessoa - significa travar a batalha mais difícil que qualquer ser humano pode travar. É verdade, claro, que o eu é um lugar de ilusão - mas também é o único lugar onde a nossa realidade física e a nossa realidade social se unem para colocar o universo em foco, com sentido. É a corda bamba entre a mente e o mundo, tecida pela consciência, o cume de uma espada afiada. Ninguém é Ser eu!

Da natureza do eu, então, depende a nossa experiência do mundo.

O desafio surge do fato de que, após introspecção e análise, em síntese, não existe um eu único e estático, mas uma infinidade de eus que se constelam num momentum numa totalidade transitória, apenas para se reconfigurarem novamente na próxima situação, no próximo conjunto de expectativas, na próximo ondulação de bioquímica. Isto desorienta-nos, pois sem a sensação de um eu sólido, é impossível manter uma autoimagem. Existe apenas uma cura para esta desorientação: descobrir, muitas vezes a um custo impressionante para o ego, a constante abaixo desta constelação bruxuleante, uma constante que alguns podem chamar de Alma.

by PP

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